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Pânico – O Sentimento que tenho

A única coisa que tenho certeza que tem dentro de mim é o medo

Uma vez um cliente disse-me esta frase quando deu início ao seu relato – A única coisa que tenho certeza que tem dentro de mim é o medo.

No caso dele, o diagnóstico foi Transtorno de Pânico, mas em outros casos, quando o medo intenso é identificado, o diagnóstico também pode ser: Estresse Pós-Traumático ou Depressão ou Fobia Social ou outros transtornos ou ainda no quadro clínico – o hipertireoidismo.

Observando que para algumas pessoas há certa dificuldade na identificação do que está ocorrendo consigo, resolvi escrever a respeito, porém é importante reforçar que todo e qualquer problema de saúde, o leitor deve procurar um profissional para confirmar o seu diagnóstico e obter tratamento adequado.

Um pouco de história

Apesar da denominação transtorno de pânico ser recente (1980), o problema é conhecido há séculos. A origem da palavra pânico remonta à Grécia antiga, que significa medo intenso. era uma figura da mitologia grega que andava errante pelos campos e se divertia em assustar com suas aparições.

Freud, no início do século passado, descreveu crises semelhantes em seus pacientes que atribuiu à neurose de angústia. Outra descrição foi a síndrome do coração irritável que acometia os soldados americanos que foi descrita por Da Costa no final do século XVIII. Westphal (1871), na Alemanha, descreveu a agorafobia enfatizando o medo de sair de casa e frequentar lugares públicos e/ou abertos. Todos esses fatos são denominações anteriores do mesmo problema.

Foi apenas no final dos anos 60, que o médico americano Donald Klein propôs o conceito atual de síndrome do pânico com características à parte, diferente de outras formas de ansiedade.

Virando a página

Hoje sabe-se que Transtorno de Pânico é de origem ansiosa, caracterizado pela presença de crises súbitas, acompanhadas de sintomas físicos como coração disparado, falta de ar, tontura, sudorese, tremores e outros. Essas crises ou ataques de pânico repetem-se muitas vezes, levando o indivíduo a temer pela sua saúde ou evitar determinadas situações (sair sozinho, frequentar locais públicos, multidões, filas).

Saiba que o transtorno de pânico é bastante frequente, ocorrendo em cerca de 1,5% a 3% da população, o que significa a média de 3 milhões sofrendo deste problema. Atinge principalmente as mulheres (duas vezes mais que os homens) e os adultos jovens (entre 20 e 35 anos de idade), o que acarreta prejuízo importante para o desempenho profissional e social.

É um problema que pode se tornar bastante grave não só por limitar a vida do indivíduo, que evita enfrentar diversos lugares e situações importantes para sua vida, mas pelo sofrimento psíquico associado às crises. Quando não tratado imediatamente ao início das crises, pode ter complicações como depressão ou uso abusivo de álcool e calmantes, que dificulta para o fechamento do diagnóstico.

Há vários programas de tratamento desenvolvidos a partir de inúmeros estudos pesquisados, envolvendo milhares de pacientes com síndrome de pânico em vários países. Na aplicação de técnicas cognitivo-comportamentais, que são baseadas em princípios de aprendizagem, tem-se a eficácia de até 80% no tratamento.

Descrição breve do problema

Síndrome do Pânico é um transtorno ansioso caracterizado pela presença repetida de crises de ansiedade súbitas e intensas denominadas crises de pânico.

Ter uma única crise de pânico isolada não é o mesmo que ter o transtorno do pânico. Algumas pessoas têm um ataque de pânico único, que não se repete. Uma vez que experimente várias dessas crises de pânico – por exemplo, enquanto dirige um carro ou fazendo compras no shopping super lotado – o indivíduo pode desenvolver um medo irracional dessas situações (agorafobia) e passar a evitá-las. Uma crise típica pode durar entre 5 a 20 minutos e a ansiedade pode persistir por algumas horas. O grau do medo e esquiva dessas situações pode ser tão grave a ponto de impedir o indivíduo de dirigir ou sair de casa. Desse modo o transtorno do pânico se não for tratado pode ter um sério impacto sobre a vida da pessoa.

Como acontece geralmente uma crise de pânico

Existem três tipos de crises de pânico:
1 – As inesperadas, que são identificadas como “vinda do nada”
2 – As identificadas por situações que percebe-se que já tinha-se um medo intenso mas que nunca esperava-se que ocorresse uma crise de pânico, como por exemplo, apresentar-se em público.
3 – As que ocorrem algumas vezes sim e outras não, como por exemplo, as crises quando dirige o seu automóvel e que nem sempre ocorrem.
Para o fechamento do diagnóstico, é necessário pelo menos quatro dos sintomas abaixo, inclusive com pico intenso:
– falta de ar ou sensação de sufocamento
– tontura ou sensação de desmaio
– palpitação ou taquicardia
– tremor ou abalo
– transpiração ou sudorese
– náusea ou desconforto abdominal
– formigamento no corpo ou calafrio ou ondas de calor
– dor no peito ou desconforto torácico
– medo de morrer ou medo de perder o controle
– sensação de irrealidade ou de enlouquecer
– medo de morrer

Sabe-se que a partir do medo intenso, ativa-se uma reação no sistema de alerta do nosso cérebro, a glândula supra-renal libera adrenalina na circulação sanguínea e este efeito cria as sensações de ansiedade e desencadeando alguns dos sintomas.

Causas da Síndrome do Pânico

A causa exata do transtorno do pânico é desconhecida. O mecanismo mais aceito é o de uma disfunção em estruturas responsáveis pela reação de alerta localizadas no cérebro numa área conhecida como sistema límbico. Normalmente essa reação só é ativada em situações de perigo ou ameaça à vida (acidentes, susto, etc). Deve ser investigado o uso de substâncias estimulantes como cafeína ou cocaína podem induzir uma crise. Existe uma predisposição genética maior para famílias com muitos indivíduos afetados pelo problema.

A crise de pânico é perigosa?

Apesar dos sintomas das crises serem muito desconfortáveis e assustadores, eles em si não implicam em riscos para a saúde física. Porém os sintomas podem ser confundidos com outros problemas clínicos como infarto ou problemas neurológicos, levando o indivíduo a procurar serviços de emergência ou outros vários especialistas.

Insisto que apesar da crise de pânico não ser perigosa, o transtorno do pânico pode ser motivo de grande sofrimento e limitar sobremaneira o funcionamento profissional e familiar da pessoa acometida do problema.

Caso queira esclarecer algo, por favor, entre em

Leitura adicional:
Transtorno de Pânico: O que é? Como Ajudar? Guia de Orientação para Pacientes e Familiares
Flavio Kapczinski


4 Comentários

  1. ANDREIA MARTA FERREIRA NAGI disse:
    3 de abril de 2017 às 22:21

    Meu filho tem 4 anos, mas tem demonstrado muitos medos, o de barulho sempre o incomodou, agora não quer brinquedos eletrônicos q andam falam e acendem luz, as vezes não quer q o pai ligue o celular e nem a tv, fica muito nervoso, treme, chora. O q devo fazer, a quem recorrer. Aguardo resposta.

  2. josiane disse:
    17 de novembro de 2014 às 18:04

    ola tenho 32 anos e a 2 meses comecei sentir esses sintomas…e cada vez que ia ao hospital…desaparecia…eu achava que estava ficando louca….nao sei mais o que fazer me ajudem…..e muito ruim isso minha vida ja nao e mais a mesma…se possivel me ajudem com uma palavra amiga…..tenho medo de morrer rsrs….mas DEUS e fiel ele esta no controle bjs josiane oliveira

  3. Fernanda Peniche disse:
    14 de junho de 2014 às 11:31

    Então eu tenho 20 anos, e desde o dia 23 de maio começei a senti falta de ar, papitação , ssentia meus labios secarem, medo de morrer que vinha do nada. Isso foi na semana q a minha irma estava pra ganha nene,vi ela com dores ai ela foi para o hospital e eeu fkei mt. Ansiosa, ligava pra ela chorando toda hora, estava mr preucupada Fui no hospital varias vezes fiz exames e nada detectou, estava saudavel e tudo. Então começei a procurar na internet oque poderia ser isso, e vi que todos os sintomas era de síndrome do pãnico e minha tia falou que eu estava com isso. E agora quero ajuda, sou muito nova pra conviver com isso, smp choro peço a Deus para que nada de ruim aconteça cmg. Oque tenho que fazer ?

  4. Marinalvamour uemura disse:
    9 de agosto de 2011 às 10:44

    Dra Maria teresa, li sobre sua matéria do Sindrome do Panico,estou no Japao, tomo remedio do Brasil para depressao Citalopram 20mg etambem para apressao alta, angipress CD Atenolol 50mge clortalidona 12,5mg e alprazolam 1mg calmante. Achei muito interessant sua matéria,pois tudo oque está escrito ,estou sentindo,do nada a vem todos esse sintomas e muita fraqueza sem apetite ,ja perdi 15 quilos em dois meses,no momento estou sem trabalhar ,pois nao estou em condiçoes…….Gostaria de uma ajuda.. Nao sei oque fazer, pois aqui ja fui em 2 psquiatras, mederam muito remedio ,mas nao stava mesentindo bem.Ai estou tomando so o do Brasil,gostaria de saber se tem algum remedio par Sindorme do Panico,ai peço para minha irma mandar para mim do brasil. Na verdade quero ir embora daqui, mas tambem nao quero deixar meu marido sozinho . Foi muitas coisas que aconteceu que me deixou assim, fiquei 1ano e 4meses aqui longe do meu marido, pois nao arrumamos serviço no mesmo lugar ,ele num estado e eu em outro, e tambem nao falo a lingua japonesa, ai veio o terremoto e o tsunami,moro longe de lá mas abalou muito………. ai agora nas ceu minha primeira neta no Brasil……..Imagina a cabeça como fica…….Mas gostaria de saber se tem algum remedio que poderia tomarpara isso. Pois pretendo ficar aqui com o meu marido .Ah tenho 50 anos.e estou no climatério, tomando hormonio aqui do Japao. Julina05mg e provera 2.5mg……mas nao sei se está me fazendo bem porque o medico nem pediu exame de sangue ,taxa de hormonio pra ver, e tambem tem casos com minhas irmas de tireóide. Será isso tambem? Nossa estou muito confusa e muito preocupada,parece que quando da essas crises vou morrrer e aqui a comunicaçao com os médicos é muito dificil.Mas desde já agradeço a atençao e aguardo uma resposta.Muito obrigada.Preciso de ajuda.Abraços……Marinalva……..

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